Outros tempos

"O maior defeito dos livros novos é impedir a leitura dos antigos." (Joseph Joubert)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fernão Mendes Pinto - no rasto do corsário

No rasto do corsário / Fernão Mendes Pinto ; rev. António José Branquinho da Fonseca


AUTOR(ES): Pinto, Fernão Mendes, 1514?-1583; Fonseca, Branquinho da, 1905-1974, rev. de matriz
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Portugália, [D.L. 1962]
COLECÇÃO: Biblioteca dos rapazes ; 46

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O pavão de vidro e outros contos

O pavão de vidro / Eleanor Farjeon ; trad. Ricardo Alberty

 AUTOR(ES): Farjeon, Eleanor; Alberty, Ricardo, 1919-1992, trad.
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Verbo, [196-]
COLECÇÃO: Biblioteca da juventude Série B. Contos e lendas ; 7

As aventuras de Pinóquio

As aventuras de Pinóquio : história de um boneco / Carlos Collodi


AUTOR(ES): Collodi, Carlo, pseud.
EDIÇÃO: 2a ed
PUBLICAÇÃO: [S.l.] : Ed. Paulistas, 1956 ( Lisboa : -- Pia Soc. de são Paulo)

Collodi

Carlo Collodi, pseudónimo de Carlo Lorenzini, (Florença, 1826 - 1890), colaborou em numerosos jornais, escreveu romances e peças de teatro. Começou a dedicar-se à literatura para a infância em 1875; adoptou entretanto o pseudónimo de Collodi, nome da terra natal de sua mãe. A sua obra-prima, As Aventuras de Pinóquio, foi inicialmente publicada em episódios no Giornale per i Bambini, surgindo em livro em 1883

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A fada Oriana

A fada Oriana / Sofia de Melo Breyner Andresen ; il. Bió

AUTOR(ES): Andresen, Sofia de Melo Breyner, 1919-2004; Raposo, Isabel Maria Vaz, il.
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Ática, 1958



Bió
(Isabel Maria Vaz Raposo)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Contos para a infância

Contos para a infância : escolhidos dos melhores autores / Guerra Junqueiro ; il. Laura Costa

AUTOR(ES): Junqueiro, Guerra, 1850-1923, compil.; Costa, Laura, il.
PUBLICAÇÃO: Porto : Lello & Irmäo, 1978


Guerra Junqueiro

Abílio de Guerra Junqueiro (1850-1923) nasceu em Freixo de Espada à Cinta, formando-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi funcionário público e deputado, aderindo em 1891, com o Ultimatum inglês, aos ideais republicanos. Influenciado por Baudelaire, Proudhon, Victor Hugo e Michelet, iniciou uma intensa escrita poética com o fim último de, pela crítica, renovar a sociedade portuguesa. Retirou-se para uma quinta no Douro, regressando à política com a implantação da República, tendo sido nomeado Ministro de Portugal em Berna. Obras: A Morte de D. João (1874), A Musa em Férias (1879), A Velhice do Padre Eterno (1885), Finis Patriae (1890), Os Simples (1892), Pátria (1896), Oração ao Pão (1903), Oração à Luz (1904), Poesias Dispersas (1920). Em colaboração com Guilherme de Azevedo, escreveu Viagem à Roda da Parvónia.


contracapa

Portugal Pequenino

Portugal pequenino / Maria Angelina Brandäo, Raúl Germano Brandäo

AUTOR(ES): Brandão, Maria Angelina; Brandão, Raul, 1867-1930, co-autor
EDIÇÃO: 2a ed
PUBLICAÇÃO: Coimbra : Atlântida, 1958

Raul Brandão
Raul Brandão (1867-1930) nasceu na Foz do Douro e faleceu em Lisboa. Matriculou-se no Curso Superior de Letras, tendo criado, com António Nobre e Justino de Montalvão, o grupo iconoclasta Os Insubmissos, que coordenou a publicação de uma revista com o mesmo título. Dirige nos finais do século XIX, com Júlio Brandão e D. João de Castro, a Revista de Hoje e colabora no jornal Correio da Manhã. Com 24 anos de idade, Raul Brandão decide deixar o curso de letras e muda-se para a Escola do Exército. Após o curso de oficiais tirado em Mafra, muda-se para Guimarães onde é colocado como alferes.

Obras: Impressões e Paisagens (1890), História de um Palhaço (1896), O Padre (1901), A Farsa (1903), Os Pobres (1906), El-Rei Junot (1912), A Conspiração de 1817 (1914), Húmus (1917), Memórias (vol. I, 1919), Teatro (1923), Os Pescadores (1923), Memórias (vol. II, 1925), As Ilhas Desconhecidas (1926), A Morte do Palhaço e o Mistério das Árvores (1926), Jesus Cristo em Lisboa ((em colaboração com Teixeira de Pascoaes, 1927), O Avejão (1929), Portugal Pequenino (em colaboração com Maria Angelina Brandão, 1930), O Pobre de Pedir (1931), Vale de Josafat (vol. III das Memórias, 1933).


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

D.Quixote de la Mancha



Dom Quixote de la Mancha


AUTOR(ES): Cervantes Saavedra, Miguel de, 1547-1616; Ponce Maria, adapt.; Coelho, Eduardo Teixeira, 1919-2005, il.
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Portugália [195-?]
DESCR. FÍSICA: 279, [8] p. : il., p&b
COLECÇÃO: Biblioteca dos rapazes ; 16




Miguel de Cervantes Saavedra (Alcalá de Henares, 1547 — Madrid, 23 de Abril de 1616), romancista, dramaturgo e poeta espanhol. Autor da mais importante obra em castelhano, Don Quixote de la Mancha.
Não há completas certezas quanto à sua data de nascimento nem sobre o local onde nasceu. Era filho de um cirurgião, Rodrigo, que foi preso por causa de dívidas de jogo. Em 1566, a família instala-se em Madrid e uns anos mais tarde, depois de, num duelo, ter ferido um homem, resolveu morar em Roma
Em 1571, perdeu a mão esquerda na batalha de Lepanto,
Em 1575, quando regressava a Espanha, foi capturado por corsários de Argel, cidade onde permaneceu até 1580 depois de pagar um resgate pela sua libertação.
Em 1581, vai para Lisboa, onde escreve peças de teatro.
De volta a Espanha, casa e vive algum tempo num povoado de La Mancha onde se dedica ao teatro.
Em 1585, publica o seu primeiro livro de ficção - A Galatea.
A partir de 1587 viaja pela Andaluzia como comissário de provisões da Invencível Armada – recolhendo azeite e trigo e estabelece-se em Sevilha onde depois trabalha como cobrador de impostos.
Encarcerado em 1597 por dívidas, começa a sua principal obra - Don Quixote de la Mancha cuja primeira parte: O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha é publicada em 1605.A segunda parte não aparece senão em 1615: O engenhoso cavaleiro dom Quixote de La Mancha. Entre as duas partes de Dom Quixote, publica as Novelas exemplares (1613), um conjunto de doze narrações breves, bem como Viagem de Parnaso (1614). E ainda Oito comédias e oito entremezes novos nunca antes representados (1615).
Miguel de Cervantes morreu em 1616, a 23 de Abril no mesmo dia que outro importante escritor: William Shakespeare..

A partir de Miguel de Cervantes. Wikipedia. Em linha. [Consult. 18-02-2010] Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_de_Cervantes



Eduardo Teixeira Coelho
N. em Angra do Heroísmo, em 1919. M. em 31 de Maio de 2005.




Colaborou no Mosquito, desde 1942, na revista espanhola Chicos (1944-1953). Nos anos 50 do século XX deixou Portugal: trabalhou em Espanha e Inglaterra, em França publicou trabalhos na revista Vaillant (a partir de 1955) e, mais tarde, fixou-se em Florença onde veio a falecer. Executou ilustrações para livros, algumas das quais para esta adaptação de D. Quixote para a Biblioteca dos Rapazes.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O livro de Marianinha

O Livro de Marianinha

Autor(es) Aquilino Ribeiro, Maria Keil (Ilustrador)
Editora Bertrand Editora
Local Lisboa
Data de edição 1967

Conjunto de lengalengas e toadas infantis em prosa rimada, de características muito rurais, destinadas à neta Mariana. A memória do narrador oferece imagens marcantes como o despertar da Natureza numa manhã de sol, a confecção do pão, os ovos da galinha pedrês, o canto do rouxinol, a beleza do prado na Primavera, a raposa, o burro a caminho do mercado, os bezerros que pastam no lameiro, o arraial popular, a joaninha, a liberdade que se respira no campo, o apanhar grilos, o ir aos ninhos e enriquece-as com rimas infantis que conhece. A partir da comparação da vida com um rio, fala-nos da chuva, da neve, da caça, do trabalho do pastor e recorda fábulas, a Nau Catrineta e outras histórias da sua infância.

Rui Marques Veloso
http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/portal.pl?pag=sol_lm_fichaLivro&id=364



Aquilino Ribeiro


Aquilino Gomes Ribeiro (1885-1963) nasceu em Carregal de Tabosa, Sernancelhe, e faleceu em Lisboa. Com o objectivo de ser padre, frequentou o colégio jesuíta da Lapa, os seminários de Lamego, Viseu e Beja. Em 1906 abandona o seminário e fixa-se em Lisboa, dedicando-se à defesa da república através de textos conspiratórios. Devido a uma explosão no seu quarto, onde morrem dois carbonários, foge para Paris e só regressa em 1914. Dedica-se então ao ensino e junta-se ao grupo da Seara Nova. Entre 1927 e 1928, sofre algumas perseguições e chega mesmo a ser preso, conseguindo fugir para Paris. Em 1959, é-lhe movido um processo censório pelo seu romance Quando os Lobos Uivam. A sua obra romanesca insere-se numa linha camiliana. Obras: A Via Sinuosa (1918), Terras do Demo (1919), O Malhadinhas, Filhas da Babilónia (1920), Estrada de Santiago (1922), Andam Faunos pelo Bosque (1926), Romance da Raposa (1929), Batalha Sem Fim (1931), As Três Mulheres de Sansão (1932), S. Banaboião, Anacoreta e Mártir (1937), Volfrâmio (1944), Constantino de Bragança (1947), O Homem da Nave (1951), Abóboras no Telhado (1955), A Grande Casa de Romarigães (1957), etc.

Aquilino Ribeiro. Universidade do Minho. Em linha. [Consult. 17-02-2010] Disponível em http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/aquilino.htm

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Oito primos

Oito primos / Louise May Alcott [ trad. Manuela Porto


AUTOR(ES): Alcott, Louisa May, 1832-1888; Porto, Manuela, 1912-1950, trad.
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Portugália Ed., 1970














Louise May Alcott

Louisa May Alcott (Filadélfia, 29 de Novembro de 1832 - Boston, 6 de Março de 1888) foi uma escritora americana que se dedicou sobretudo à literatura juvenil.


Louise sonhava ser actriz, mas tornou-se escritora. Inspirou-se nas próprias experiências para escrever as suas histórias. Mulherzinhas (1868), o seu romance mais famoso, apresenta o retrato de uma família de classe média americana do seu tempo, salientado os seus valores morais: civismo e amor à pátria (que chega ao sacrifício dos seus filhos) e dedicação extrema ao lar e ao próximo.

in Wikipedia.Em linha.[consult. em 13.02.2010]


Manuela Porto

N. 1908, Lisboa – M. 1950, Lisboa

Tradutora e escritora, nascida a 24 de Abril de 1908, em Lisboa, e falecida a 7 de Julho de 1950, na mesma cidade, ficou na memória de quantos a conheceram pela capacidade de declamar poesia com apaixonada devoção. Nos últimos anos de vida dedicou-se ao teatro, tendo colocado em cena Gil Vicente, Camilo, Pirandelo e Tchekhov. A sua ficção é marcada pela preocupação social, estando próxima do ideário neo-realista. é autora de obras como Um Filho Mais e Outras Histórias (1945) e Doze Histórias Sem Sentido (1952).

Bibliografia: Um Filho Mais e Outras Histórias, Lisboa, 1945; Uma Ingénua: a História de Beatriz, Lisboa, 1948; Doze Histórias Sem Sentido, Lisboa, 1952; Virginia Woolf - O Problema da Mulher nas Letras, Lisboa, 1947; "Maria Amália Vaz de Carvalho", in Perspectiva da Literatura Portuguesa do Século XIX, Lisboa, 1948

Manuela Porto. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-02-14].
Disponível em http://www.infopedia.pt/$manuela-porto


Ilustrações de João da Câmara Leme

A vida das abelhas



















A vida das abelhas

AUTOR(ES): Maeterlinck, Maurice, 1862-1949; Figueiredo, Cândido de, 1846-1925, trad.
EDIÇÃO: 10ª ed
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Clássica, 1950



Maurice Maeterlinck

Maeterlinck é um autor belga que nasceu em Gante em 1862 e estudou leis na Universidade da sua cidade. Abandonou a sua profissão quando se mudou para Paris em 1886 onde conheceu os poetas simbolistas. É conhecido sobretudo pelas peças de teatro que escreveu que lhe valeram em 1911 o Prémio Nobel da Literatura.

Já nos Estados Unidos, deu aulas em 1921 e aí passou a II Guerra Mundial. As obras de Maeterlinck caracterizam-se por um estilo claro e uma linguagem simples para exprimir ideias e emoções. Se numa primeira fase, o que escreveu revela uma atitude pessimista e depressiva, mais tarde esta atitude dá lugar à crença no poder redentor do amor. Maeterlinck é também autor de muitas obras em prosa que abordam questões filosóficas e tratam da natureza do ser humano. É o caso de A vida das abelhas, escrito em 1901 e A Inteligência das flores, em 1907. Regressou à Europa quando terminou a II Guerra Mundial e morreu em 1949 em França.


Cândido de Figueiredo
 
António Cândido de Figueiredo (Lobão da Beira, 1846 — Lisboa, 1925) foi um filólogo e escritor português.

Concluiu o curso de Teologia no Seminário de Viseu, sendo em seguida ordenado presbítero. Matriculou-se depois no curso de direito na Universidade de Coimbra.
Abandonou a vida eclesiástica, para a qual fora aparentemente destinado pela família, casou e enveredou pela advocacia.
A partir de 1876 fixou-se em Lisboa, abrindo um escritório de advocacia. Apesar de ter como principal actividade a advocacia, exerceu algumas comissões oficiais por incumbência do Ministério do Reino na área da instrução pública, entre as quais o cargo de inspector das escolas do Distrito de Coimbra. Ingressou depois na carreira dos registos e notariado, sendo nomeado conservador do Registo Predial da comarca de Pinhel. Foi depois transferido para Fronteira e em seguida para Alcácer do Sal onde exerceu o cargo de presidente da respectiva Câmara Municipal.
Em 1882 foi professor provisório do Liceu Central de Lisboa. Algum tempo depois foi nomeado funcionário do Ministério da Justiça, carreira que seguiria durante o resto da sua vida profissional.
Exerceu por várias vezes as funções de director-geral interino do Ministério da Justiça. Foi ainda secretário particular de Bernardino Machado, no período em que este foi Ministro das Obras Públicas.
Para além das suas actividades profissionais, foi poeta e jornalista de grande mérito, tendo colaborado em periódicos como o Panorama (1856-1863), Aljubarrota, Lusitano, Progresso, Bem Público, Voz Feminina, Revista dos Monumentos Sepulcrais, Almanaque de Lembranças, Notícias (que depois seria o Diário Popular), Grinalda, Crisálida, País, Hinos e Flores, Repositório Literário, Tribuno Popular, Independência, Recreio Literário, Folha, Panorama Fotográfico, Viriato, Gazeta Setubalense, entre outros. Fundou e dirigiu o periódico A Capital e foi redactor do diário Globo. Entre outras publicações, também colaborou na Revista de Portugal e Brasil e no Ocidente.
Entrou depois para a redacção do Diário de Notícias, onde se manteve por muitos anos e no qual publicou crónicas literárias, que assinava com o pseudónimo de Cedef.
No campo cultural e científico, destacou-se como lexicólogo e linguista, tendo feito parte da comissão que foi encarregada em 1891 de fixar as bases da ortografia da língua portuguesa. Desta comissão faziam parte, entre outros, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Gonçalves Viana, Leite de Vasconcelos e José Joaquim Nunes.
Em 1887 foi eleito vogal do Conselho Superior de Instrução Pública em representação do professorado de ensino livre. Foi nomeado em 1890, pelo Ministério do Reino, membro da comissão encarregada de rever a nomenclatura geográfica portuguesa.
Foi autor do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, originalmente publicado em 1899 e depois alvo de múltiplas reedições até ao presente. É esta a obra pela qual é mais conhecido.
Publicou também escritos de ficção e crítica, entre os quais Lisboa no ano 3000, obra de crítica social e institucional, saída a público em 1892.
Também traduziu numerosas obras de filologia e linguística. Foi, com Luciano Cordeiro, um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa e sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Por distintos serviços públicos, em 1908 foi agraciado com a Carta de Conselho.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Manual de Jogos

Conto de Amadis de Portugal

Afonso Lopes Vieira


O conto de Amadis de Portugal : para os rapazes portugueses / Afonso Lopes Vieira ; des. Lino António


AUTOR(ES): Vieira, Afonso Lopes, 1878-1946; António, Lino, 1898-1974, il.
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Bertrand, [195-]
Ficha de recensão crítica - F. Calouste Gulbenkian



Afonso Lopes Vieira (Leiria, 1878 [1] - Lisboa, 1946) foi um poeta português.

Frequentou a Universidade de Coimbra onde obteve o grau de bacharel em Direito. Radicou-se em Lisboa, exercendo durante dezasseis anos as funções de redactor na Câmara dos Deputados (1900-1916). Notabilizou-se pela sua carreira literária, a que se passou a dedicar exclusivamente em 1916.

Durante a juventude, participou na redacção de alguns jornais manuscritos, de que são exemplos A Vespa e O Estudante . Com a publicação do livro Para Quê? (1897) marca a sua estreia poética, iniciando um período de intensa actividade literária — Ar Livre (1906), O Pão e as Rosas (1908), Canções do Vento e do Sol (1911), Poesias sobre as "Cenas Infantis" de Shumann (1915), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922) — encerrando a sua actividade poética, assim julgava, com a antologia Versos de Afonso Lopes Vieira (1927). A obra poética culmina com o inovador e epigonal livro Onde a terra se acaba e o mar começa (1940).

O carácter activo e multifacetado do escritor tem expressão na sua colaboração em A Campanha Vicentina, na multiplicação de conferências em nome dos valores artísticos e culturais nacionais, recolhidas nos volumes Em demanda do Graal (1922) e Nova demanda do Graal (1942). A sua acção não se encerra, porém, aqui, sendo de considerar a dedicação à causa infantil, iniciada com Animais Nossos Amigos (1911), um filme infantil O Afilhado de Santo António (1928), entre outros. Por fim, assinale-se a sua demarcação face à ideologia salazarista expressa no texto Éclogas de Agora (1935).

Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética.

Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heróica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65).

Actualmente a Biblioteca Municipal em Leiria tem o seu nome. A sua casa de São Pedro de Moel foi transformada em Museu. Lopes Vieira é considerado um eminente poeta, um dos primeiros representantes do Neogarretismo e esteve ligado à corrente conhecida como Renascença Portuguesa.

Obra

Para quê? (1898) , Náufrago-versos lusitanos (1899) Auto da Sebenta (1900) Elegia da Cabra (1900) Meu Adeus (1900) Ar Livre (1901) O Poeta Saudade (1903) Marques - História de um Peregrino (1904) Poesias Escolhidas (1905) O Encoberto (1905) O Pão e as Rosas (1910) Gil Vicente-Monólogo do Vaqueiro (1910) O Povo e os Poetas Portugueses (1911) Rosas Bravas (1911) Auto da Barca do Inferno (adaptação) (1911) Os Animais Nossos Amigos (1911) Canções do Vento e do Sol (1912) Bartolomeu Marinheiro (1912) Canto Infantil (1913) O Soneto dos Tûmulos (1913) Inês de Castro na Poesia e na Lenda (1914) A Campanha Vicentina (1914) A Poesia dos Painéis de S.Vicente (1915) Poesias sobre as Cenas de Schumann 1916) Autos de Gil Vicente (1917) Canções de Saudade e de Amor (1917) Ilhas de Bruma (1918) Cancioneiro de Coimbra (1920) Crisfal (1920) Cantos Portugueses (1922) Em Demanda do Graal (l922) País Lilás, Desterro Azul (1922) O Romance de Amadis (1923) Da Reintegração dos Primitivos Portugueses (1924) Diana (1925) Ao Soldado Desconhecido (1925) Os Versos de Afonso Lopes Vieira (1928) Os Lusíadas (1929) O Poema do Cid (tradução) (1930) O livro do Amor de João de Deus (1930) Fátima (1931) Poema da Oratória de Rui Coelho (1931) Animais Nossos Amigos (1932) Santo António (1932) Lírica de Camões (1932) Relatório e Contas da Minha Viagem a Angola (1935) Églogas de Agora (livro proibido até 25 de abril de 1974) (1937) Ao Povo de Lisboa (1938) O Conto de Amadis de Portugal (1940) Poesias de Francisco Rodrigues Lobo (1940) A Paixão de Pedro o Cru (1940) Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) O Carácter de Camões (1941) Cartas de Soror Mariana (tradução) (1942) Nova Demanda do Graal (1947) Branca Flor e Frei Malandro (1947)

 
Afonso Lopes Vieira. In Wikipedia (em linha) [Consult. 9-02-2010]. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_Lopes_Vieira

Uma faceta sua pouco conhecida foi o interesse pelo cinema: realizou um pequeno filme com crianças (O Afilhado de Santo António) e encarregou-se dos diálogos de Camões e Inês de Castro, de Leitão de Barros, e de Amor de Perdição, de António Lopes Ribeiro.

http://cvc.instituto-camoes.pt/efemerides/2003/01/janeiro26.html